quinta-feira, 1 de setembro de 2011


Pra Ele

Eu tive um amor, era bossa nova, samba e baião
Tinha-me na mão até partir meu coração
E cá estou, escrevendo versos de solidão.

Eu poderia  parafrasear Shakespeare,
Camões, Vinícius ou Elis.
Prefiro materializar meus sentimentos em poesia.

Foi um beijo atropelado, um começo atropelado, 
Um namoro atropelado, um fim atropelado.
Até que ele veio e me atropelou.

E cá está a rosa que o cravo brigou debaixo da sacada,
olhando com carinho para cima,
como um sândalo que perfuma o machado que o fere,
o último olhar, a última canção, as últimas gotas de emoção,
a última vez que ele machuca o meu coração.

Não sei ser como um cão a marmanhar sua ração.
Não sei dividir o meu pão. 
Ou é meu, ou meu não é.

É hora de dizer adeus. É hora de seguir em frente.
É hora de saber que o melhor está por vir.
E virá! O melhor virá em caminhos distintos,
com pessoas distintas, com amores distintos,
expectativas distintas, com vidas distintas.

Pode brincar de viver, te conheço...
E quando sentires falta, 
quando sentir falta do que pra ti estava guardado, meu ex-amor,
isso não mais existirá e então saberás que não estou mais aqui,
estou ali sendo feliz.


Débora Oliveira